A TV Globo divulgou no jornal "SPTV" na noite desta segunda (31) que registrou boletim de ocorrência e estuda tomar medidas legais contra o grupo que empurrou a jornalista Monalisa Perrone durante reportagem em frente ao hospital Sírio-Libanês. "Trata-se de pessoas cujo propósito é aparecer. Não é a primeira vez. Como houve agressão, a TV Globo estuda que medidas legais tomar", informou a Central Globo de Comunicação.
A jornalista foi interrompida durante a transmissão do "Jornal Hoje" desta segunda-feira em frente ao hospital em que está o ex-presidente Lula, que trata de um câncer na laringe. "Levei um susto enorme, estou tremendo, não sei se consigo falar direito. Em 20 anos de televisão isso nunca me aconteceu, um desrespeito enorme. Mas enfim, televisão ao vivo é isso", disse Monalisa ao voltar para o programa após o incidente.
Em entrevista ao UOL por telefone, o rapaz que se diz responsável pela invasão afirmou que não teve intenção de agredir a jornalista. “O nosso intuito não é agredir ninguém, é só invadir os links da Rede Globo,” disse, referindo-se às transmissões ao vivo da emissora. No ano passado, o mesmo grupo atrapalhou reportagens de César Tralli, na Globo.
O rapaz declarou também que teria sido empurrado pelos seguranças da Rede Globo no momento em que se chocou com Monalisa Perrone ao vivo. “No vídeo, você pode ver que eu digo o seguinte: ‘Me derrubaram aqui’”.
A repercussão do caso entrou nos trending topics do Twitter, que lista os assuntos mais comentados do dia na rede social.
A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) divulgou nota lamentando o ocorrido e disse que "jamais, em tempo algum, ato de agressão física é aceito por qualquer motivo que seja".
Leia a íntegra da nota:
"A ABI (Associação Brasileira de Imprensa) de São Paulo, estarrecida com o ato de vandalismo contra a jornalista Monalisa Perrone durante sua participação ao vivo no Jornal Hoje, vem prestar solidariedade à jornalista e à direção de jornalismo da Globo, num momento tão delicado quando vândalos agridem a liberdade de imprensa e o trabalho do jornalista.
Jamais, em tempo algum, ato de agressão física é aceito por qualquer motivo que seja. Debates e diferenças de ideias devem ser mostradas em discussões civilizadas e com o mínimo de dignidade.
O ato de agredir publicamente um jornalista no desempenho de sua profissão e no desempenho da informação livre ao povo é o mais baixo de todos os atos, que deve ser punido como tortura contra a pessoa, que foi o que realmente aconteceu, além de ameaça direta e pública contra o povo livre.
A ABI já viveu momentos de defesa da liberdade de imprensa contra as torturas e ameaças de violência contra a liberdade de ideias nos momentos mais triste do Brasil.
Exatamente por isto não podemos deixar de passar este momento de agressão à mídia e à imprensa sem prestarmos solidariedade à Rede Globo e repulsa a todos aqueles que agridem moral e fisicamente a liberdade.
Rodolfo Konder e James Akel"